biografia

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BIOGRAFIA

 

Ma Deva Pyari nasceu no Rio de Janeiro, mas regressou com sua mãe, após três dias na casa de saúde, a Campos de Jordão, S. Paulo, onde os pais moravam na época e onde permaneceram por mais três anos. Recebeu o nome então de Sheila Chaves Shalders. Um ano depois nasceram os irmãos gêmeos Bill e Joe. E em 1949 a família voltou ao Rio de Janeiro, para depois de mais um ano se estabelecerem no Leme, o início de Copacabana, onde Pyari cresceu - ao lado do mar, da areia e das ondas. Ali ela aprendeu a cantar e a dançar.

 

Frequentou o Colégio Bennett e a Escola Normal Inácio Azevedo Amaral, trabalhando após a formatura como professoa primária do estado nas zonas pobres da periferia do Rio, bàsicamente em Cordovil. Enquanto isto, estudava na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, engajou-se na resistência contra a ditadura e acabou se demitindo do cargo de funcionária pública por não aceitar o salário de miséria da época - e por ter sido perseguida por suas idéias políticas. Trabalhou então 4 anos como comissária de bordo nas extintas Varig e Braniff Airways. Assim conheceu várias capitais do mundo e em N. York city começou a aprender astrologia - e tantra.

 

Na extinta FNFi, faculdade nacional de filosofia, entrou em contacto com os artistas e intelectuais da época, responsáveis pela revolução cultural dos anos sessenta no Brasil: pela Tropicália e a Bossa Nova na música, pelo Cinema Novo nas telas e pelo Teatro de Arena, que abandonou a distância entre atores e público.

 

Em 1967 graduou-se como bacharel em Ciências da Comunicação, terminou o curso de inglês do IBEU (Instituto Brasil Estados Unidos), casou-se com o artista plástico Sérgio da Silveira e mudou-se com ele para o bairro de Santa Tereza, onde morava a maioria dos artistas e intelectuais da época.

 

Em N.York também havia aprendido alimentação macrobiótica e nutria-se agora apenas de produtos integrais e vegetarianos, além de já trabalhar com curas fantásticas, baseadas nos ensinamentos do japonês George Oshawa. E de uma nutricionista macrobiótica alemã que morava em Belo Horizonte.

 

Após a Braniff Airways trabalhou no “Diário de Notícias”, escrevendo a coluna política diária que Paulo Mendes Campos assinava. Apesar de tudo já vir da UPI, agência norte-americana de notícias, ainda se passava por uma dura censura, portanto, após seis meses deste trabalho insatisfatório em todos os níveis, reclamou com Paulo sobre a situação: de escrever em seu nome e além do mais, apenas mentiras. Paulo lhe perguntou então sobre o que gostaria de escrever, ela, entusiasmada com os estudos de astrologia, lhe respondeu que sobre esoterismo, ele lhe ofereceu uma coluna no jornal de domingo, sugeriu o nome de “Sheila Shalders desvenda as galáxias”, e aí tudo começou.

 

Através desta coluna, em 1971, num país mergulhado no terror, na opressão e na miséria, ciências milenares tiveram voz. Várias cartas de todo tipo de pessoas ligadas às ciências ocultas íam chegando e ela conheceu muita gente deste círculo, inclusive o professor de Yoga De Rose, que, também pioneiro, introduzia Yoga no Brasil. Com ele aprendeu esta ciência milenar e se aprofundou no Tantra. E, com seu companheiro na época, Telmo de Jesus, começou a praticar Yoga e Tantra na academia de De Rose, onde os dois logo ensinavam astrologia - e davam sessões individuais.

 

Após seis meses de trabalho não remunerado no “Diário de Notícias”, reclamou outra vez junto a Paulo, que lhe ofereceu em troca dos salários não pagos, a publicação de algum livro seu. E com Telmo desenhando os mapas astrais para cada dez dias, saiu o “Novo horóscopo brasileiro” para o ano de 1972, em forma de tablóide. E que foi vendido por ela mesma - e por Telmo -na noite carioca.

 

O tablóide não só usava uma nova linguagem, mais solta e mais condizente com os “novos tempos”, como também falava em amor livre, em encarnação e em vida comunitária.

 

Ênio da Silveira, editor da “Civilização Brasileira”, comprou então uma coleção completa dos tablóides, encantou-se e chamou os dois para escreverem o horóscopo de 1973, em forma de 12 livrinhos de bolso. A distribuição foi boicotada pela Editora Abril, que divulgava livros de engôdo, mas mesmo assim, o Brasil inteiro leu o “Novo Horóscopo Brasileiro” daquele ano, mesmo nas celas da ditadura!

 

Seguiram-se convites para escrever para outros periódicos e Sheila Shalders tornou-se a primeira astróloga brasileira a escrever “realmente” sobre astrologia, a dar cursos e divulgar uma ciência que até então era considerada charlatanismo – e que na verdade o era!

 

Ela escreveu então para “O Pasquim”, para o “Flor do Mal”, “Rolling Stones”, para revistas da Abril e para muitas outras de menos porte.

 

Ênio da Silveira apareceu morto de repente e para 1974 Telmo e Sheila prepararam uma edição que os dois tentaram publicar em parceria com a Editora Horizonte de Brasília, para onde os dois haviam se mudado, após saberem que Atman viria ao mundo. A editora se incubiria da distribuição. Mas nada funcionou… Os dois foram roubados, enganados pela editora e nunca viram um centavo daqueles livros!!

Atman nasceu em Alto Paraíso de Goiás, em parto natural, onde Telmo e Sheila ensinavam, participando de um projeto para crianças tiradas do SAM. Voltaram depois de 4 meses para o Rio e em seguida retornaram à Brasília. Ela trabalhava extensivamente com sessões individuais de astrologia e com grupos de Tantra.

Em 1975 Telmo e Sheila tomaram parte no Silva Mind Control, um treinamento de controle da mente e em 1976 os dois viajam para Porto Velho para experimentarem o “vegetal”: a ayuasca. Lá viveram outros seis meses intensos.

 

De volta ao Rio e vivendo na ilha de Paquetá, foram convidados para dar o primeiro seminário de astrologia, em Belo Horizonte, ao qual se seguiram mais três. Ela ficou na cidade, organizou uma nova comuna, conheceu o pai de sua filha e Adhara nasceu em Abaeté, em 1977, também em parto natural. Telmo mais uma vez ajudou no trabalho de parto, desta vez assessorado por sua mulher na época, Aninha Cordeiro.

 

Voltando a Paquetá, Sheila tentou organizar uma nova comuna e escrever um novo livro, baseado nas apostilas de seus cursos. Como seria um livro muito caro e a Editora Ground, na época dirigida por amigos seus, estava indo à falência, ela concordou com Márcio de Castro, o editor, em escrever apenas a parte ligada à terapia astrológica. O livro foi assim escrito em 1978 em Paquetá e veio a sair em 1982, com o nome de “Astrologia Esotérica”, pela editora Global, que havia então comprado a Ground - e que na época não dava muito atenção a livros esotéricos.

 

Nesse ínterim, Sheila dava vários cursos de Iniciação à Astrologia Esotérica em várias cidades do Brasil, formando a primeira geração de astrólogs no país.

 

Em 1980 tornou-se sannyasin do mestre spiritual que chamamos hoje em dia de Osho, recebeu o nome de Ma Deva Pyari, que significa divina amada, e abriu o primeiro centro de meditação do Osho  no Rio de Janeiro: o Instituto Shunnyan. E que se situava no Leme, onde ela havia crescido!

 

No Shunnyan ela fêz um treinamento de massagem Shiatsu e criou o ©Corpoterapia . O processo se baseia na teoria de cura pela astrologia, exposta no livro “Astrologia Esotérica” e usa exercícios tântricos, vivências propostas pela artista Yoko Ono, Shiatsu, técnicas de teatro dos work-shops que Pyari frequentou, principalmente os liderados por seu irmão Joe Shalders e por Amir Haddad - e técnicas de meditação do Osho.

 

Em Maio de 1982, Pyari saiu do Brasil com Atman e Adhara, para encontrar Osho na comuna sânias do Oregon. Viveu em Berkeley e em Agosto foi para a Alemanha, participar de outra comuna sannyasin, na Bavária: o Sneha. Ofereceu seu trabalho ©Corpoterapia nos centros do Osho da Alemanha e da Holanda. Em dezembro, no work-shop que ela chamou de “Carnaval nas estrelas” e que foi dado em três fins de semana na cidade de Stuttgart, conheceu o baterista e percussionista Sw. Anand Avinash (o êxtase imortal), com quem vive até hoje.

 

Deu mais uns grupos na Alemanha e os dois mudaram-se então, com as crianças, para a Holanda, onde moraram em três cidades, trabalhando com o Corpoterapia© e com Shiatsu . Em Amsterdam, junto com o ator holandês Sw. Sarjano, que seguiu Pyari em vários work-shops e que foi responsável pela mudança dos dois para a Holanda, surgiu o “Love Celophane Road Show”. Atman e Adhara também participavam dos shows.

 

Em 1983 voltaram para os Estados Unidos e viveram por meio ano em S. Francisco, onde trabalharam também com shows. No final do ano voltaram ao Brasil e em 1985 à Alemanha, para integrar a comuna internacional do Osho. As crianças ficaram na Inglaterra, na escola do Osho, e os dois foram “enviados” a Hamburgo.

 

Em 1986 receberam do Osho o nome de Mani para o centro de meditação e arte que os dois lideram até hoje – e cuja sede no momento se encontra em Rosengarten (jardim de rosas), na floresta de Iddensen, 30 km ao sul de Hamburgo. O centro produz os work-shops da Pyari, exposições de arte e eventos musicais, além de seus espetáculos de teatro e de dança.

 

Pyari aprendeu a tocar guitarra e violão com seu filho Atman, que se mostrou um talento nato, talvez herdado das duas avós e do pai. E que toca guitarra como Jimmy Hendrix!

 

E em 1987 a banda “Pyari and the colorful condoms” apresentou-se pela primeira vez no seu work-shop “O ovo de Colombo”, o primeiro de uma série em Hamburgo. O nome do grupo dá ênfase ao cuidado com a AIDS, a doença mortal do século. E tocam uma mistura de blues, rock, música brasileira, new Age - e agora, techno. Pyari toca guitarra, canta e compõe, Avinash toca bateria, percussão ou faz a programação do computador - e Atman toca a guitarra solo. O baixista sempre muda e no momento tocam com o Sw. Neerava Utpal (o silêncio da lótus azul).

 

Em 1998, pela editora Heyne, saiu o livro “Tantrisches Leben” (Vida tântrica), escrito pela Pyari, em 400 páginas e com 79 fotos.

 

Pyari compõe no momento uma nova série de canções curativas, das quais duas já podem ser adquiridas como CD ou MP3, e prepara a sua meditação dançante, O Observador, que estará disponível em três idiomas, inclusive o português.

 

Em dezembro de 2012, saiu seu novo livro, “Sexo, Tantra e Transcendência“, em 435 páginas, publicado pela editora Ullstein/Allegria.

 

E Pyari começou a pintar. Seus primeiros quadros são a óleo e a capa do último livro foi um deles!

 

Os dois livros em alemão, em papel ou como livros eletrônicos, também em inglês ou português, podem ser encomendados aqui.