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O    R E C A D O



Eu caminhava ali
Bem ali
Pelo calçadão

Tranquila
Vazia
Sem nada,
Olhando o mundo
O mundo tão cheio de coisas
de gente

Foi quando ouvi um
Psiu!

É claro que não olhei
Não olho sempre prá psius
Quanto mais no calçadão de Copacabana

Mas ele chamou outra vez:
Psiu!

Lembrei do
"Hey, me dá um dinheiro aí..."
Pensei que era mendigo
Olhei de relance
Meio sem querer olhar
Sem querer ver

Mas ele chegou perto
Bem perto
Pertinho

E me olhou nos olhos,
Dizendo:
Tenho um recado
Prá você

Eu repliquei meio pasma:
Recado?!
Como assim, um recado?!
Eu lhe conheço?

Não precisa me conhecer
Prô que vou lhe dizer

Eu já mais prá incrédula
Desconfiada também,
Afinal estamos no Brasil,
País dos estrupos, assassinatos, balas perdidas
Dos policiais com armas de guerra brincando de mocinho
Dos guardas enormes,
De gordura e músculos,
Catando mendingos raquíticos
Que não devem
Nem podem dormir na praia...

Desconfiada e incrédula falei:
Tá bom, pode dizer,
ao que ele retroquiu:
Assim você não vai entender...

Assim como?!
Perguntei impaciente
O pé já querendo se mover

Assim com essa pressa, desconfiança,
Presente demais prá este recado...
Disse ele...

E eu o olhei então,
Agora mais prá irritada,
já quase soltando palavrão

E encontrei seus olhos
Ou nem sei como chamar aquilo

Eram olhos sem fundo
De tão fundos
Olhos sem limite
Sem retôrno
Sem forma,
Quase sem côr

E de tão fundos
Fiquei ali perdida
Num tempo como um minuto
Mas mais prá lá de eternidade
Tempo além do tempo mortal
O tempo que a gente conhece
Menciona
E vive dentro...

E foi aí que ele disse:
Agora você vai entender

E eu perplexa,
Mais do que antes
Muito mais,
Não disse nada,
Nem havia o que dizer

Mas ele disse...
E foi assim
O seu recado:

Este mundo é um palco
A vida uma peça de teatro
E o que você faz dela,
Seu
Espetáculo

Parou,
Eu ainda dentro de seus olhos,
E terminou:
Portanto,
Desempenhe seu papel,
Da melhor maneira possível,
Apaixonadamente
Loucamente
Como se tudo dependesse dele,
E depende,
Ou não,
Mas não se esqueça de que é uma peça
Uma peça de teatro
E de que um dia a cortina descerá

Novas peças virão,
novos personagens
Talvez até
você faça mais de um numa mesma peça
Mas nunca se esqueça de que é uma peça
Nunca!
E de que um dia a cortina descerá...
Assim, não se apegue a nenhum papel,
Pois você,
Você,
Não é o papel
Não é nenhum papel!

O teatro porém,
Ele sim
Ele ficará,
Eternamente,
Para mais e mais espetáculos...

E ele se foi,
Andando
Assim como quando ouvi o psiu

Eu...
Bem,
Eu já nem sei se continuei eu
Mas fiquei ali parada
Olhando para o lado oposto
De onde ele havia surgido

E ali fiquei
Muito tempo
Ou será que foram momentos,
Minutos curtos?
Não sei...

Só sei que quando retornei
Olhei em sua direção
E lá ía ele,
O passo lento,
Bem longe
Talvez aparência de mendigo,
Também não sei

E a cortina caiu...

Pyari
Leme, Rio de Janeiro, 6 e 8 de maio de 2013

 

 

 

 

Urano libertando os mortais e o planeta...

Netuno em „seu“ trono (o que acontece a cada 168 anos!)  pela  pró-xima década estará explodindo a música e novos ritmos,  o  que  ex-plica a mais nova moda das festas dos judeus em Berlim, celebrando liberdade e mais doideira!

 

E Urano, pelos próximos 6 anos em Áries, fazendo o vento aumentar o fogo  –   pobre   Califórnia   e    o  povo   da  New-Age!  –  comandará

totalmente, com a Net, a  Cibernética,   mais Tecnologia,  e os  robôs – confere o partido pirata e o novo carro sem chauffeur na Alemanha!

 

Para  os  indivíduos, é  a  época  certa  para  se  libertar  de  todas as cadeias, estejam elas em que setor das nossas  vidas.   Isto  depende da posição de Urano no mapa  individual de cada um: em que casa astral se encontra  o  Áries  (o signo de carneiro)  no  mapa  astral  da pessoa.

 

Prá   completar   a  maravilha,  um aninho   de Júpiter em Gêmeos vai expandir o aprendizado e complementar em todos os  setores,  facili- tando a comunicação!

 

Daí que é cavalgando no centauro da linguagem escrita ...

 

O céu e o mar do Leste continuando a me inspirar! ...

 

E eu agradecendo à Vida este presente privilegiado  de  contemplar as  gaivotas  se  despedindo  do  dia  sobre  o  rosa  do  por do sol em Sierksdorf...

 

Será que já fui gaivota, me pergunto ao me encantar com  seus gritos ao mar ruidoso ao vento...

 

Vou passear lá embaixo e às 5 da manhã ver  o  fio  da  Lua,  Vênus  e Júpiter sobre o mar..

 

Pyari,

 

em Sierksdorf, mar do Leste, 15 de agosto de 2012. 

                                                                                                   

 

O livro "Vida Tântrica", publicado pela Editora Heyne em 1998,

ainda pode ser encomendado pelo e-mail:

 

madevapyari@yahoo.com

 

Pyari ainda oferece o conto "Era de Aquarius",assim como uma

coletânea de artigos escritos para a rádio Mamaterra de Ham-

burgo.

 

E olivro "O Clube", de seu pai George Shalders, um romance

sobre futebol e os legendários jogos Fla-Flu do Rio de Janeiro.

 

 

        

                                         

 

   

        

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

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